Abro esse texto sobre “Alien: Romulus” dizendo a seguinte frase: “É tão bom ter novamente um filme de terror no espaço.” A franquia Alien voltou aos cinemas, após o lançamento agridoce de “Alien: Covenant“, e essa nova produção traz as raízes do seu antecessor, o Horror Espacial, justamente que fez “Alien, o Oitavo Passageiro” ser tão lembrado pelo gênero.
O Retorno do Horror Espacial
Sob a direção de Fede Alvarez (O Homem nas Trevas). Em “Alien: Romulus” acompanhamos um grupo de jovens colonizadores que vão explorar as profundezas de uma estação espacial abandonada, porém eles se deparam com a forma de vida mais aterrorizante do universo.
O cineasta uruguaio conquistou Hollywood logo após ter dirigido o remake de Evil Dead em 2013 e feito o ótimo “O Homem nas Trevas”, Alvarez repete a parceria com o roteirista Rodo Sayagues (A Morte do Demônio) para escrever o novo capítulo da Franquia. Um aspecto que me fascinava no primeiro longa era a claustrofobia dentro da nave, por ser um espaço pequeno e os tripulantes precisavam sobreviver contra um monstro. O diretor busca desenvolver esse elemento e consegue por trazer seus personagens numa nave gigante, abandonada e bastante sombria.
Outro detalhe interessante é como seus personagens são apenas pessoas comuns. Na franquia, a maioria deles são exploradores e cientistas, e em “Alien: Romulus“, o longa aposta nessas pessoas que são trabalhadores explorados pelo sistema, e estão em buscar de achar uma maneira de sobreviver, nisso vemos a personagem principal Rain interpretada pela Cailee Spaeny (Guerra Civil) que está desesperada para viver bem com seu irmão/robô Andy, vivendo pelo talentoso David Johnsson (Rye Lane), e ambos recebem essa proposta para explorar a nave Romulus e Remu. São pessoas castigadas pelo sistema e pela vida. É uma conexão honesta entre o telespectador e o grupo de jovens.
Como dito antes, “Alien: Romulus” resgata esse terror claustrofóbico do primeiro filme, e Alvarez aproveita o tamanho da nave para colocar os personagens nas situações mais desconfortáveis e oferecer o Xenomorfo com roupagem de assassino slasher. No geral, o longo é um slasher no espaço. Fotografia de Galo Olivares manuseia o vermelho e as sombras para alertar o perigo da criatura e utiliza as cenas mais escuras para destacar a solidão e o silêncio na esfera, pois como dizia uma das frases mais marcantes do primeiro Alien: “No espaço, ninguém pode ouvir você gritar”.
Estética Visual abraça a sujeira para ressaltar como a sociedade se tornou algo tão porco e, por outro lado, existe o deslumbramento da beleza do espaço. Além disso, Alvarez conduz muito bem seu elenco. Spaeny é uma atriz excelente e consegue demonstrar suas facetas de drama e horror. Johnsson vive esse robô simpático que quer proteger sua irmã e o astro esbanja uma humanidade sincera no olhar. E quero cravar que Isabela Merced (Madame Teia) surpreende como Scream Girl.
Outro aspecto que se perdeu durante os novos lançamentos foi: A sujeira. Horror Corporal fazia falta para Alien, entretanto, autor recupera essa parte para entregar uma violência suja e seu clímax presenteia os amantes do gênero. É um longa que enriquece a mitologia da franquia e concede novas possibilidades para explorar no universo de Alien.
OBS: Esse texto foi originalmente escrito por Max Guilherme.
Nota do crítico:
Título: Alien: Romulus
Duração: 1h59
Gênero: Terror, Ficção científica
Onde Assistir: Cinema
Sinopse: Ambientado entre os eventos do filme de 1979 e Aliens, O Resgate (1986), a trama acompanha um grupo de jovens colonizadores espaciais que se aventuram nas profundezas de uma estação espacial abandonada. Lá, eles descobrem uma forma de vida aterrorizante, forçando-os a lutar desesperadamente por sua sobrevivência.