Uma das frases que marcou o lançamento de “Superman – O Filme” (1978), foi a seguinte: “Você vai acreditar que um homem pode voar.”. Voltamos para 2024 e pensar que esse lema ganhou um novo significado anos após anos da estreia do longa, e que também trouxe uma visão diferente sobre o Christopher Reeve é como um retorno ao lar.
Em “Super/Man: A História de Christopher Reeve”, podemos acompanhar a trajetória do jovem ator que conquistou o mundo e virou um astro em ascensão por ter interpretando o maior super herói de todos os tempos, e podemos ver o que aconteceu na sua vida depois do acidente de cavalo que o deixou paralisado, além do seu trabalho subsequente como ativista pelos direitos dos deficientes. Neste documentário emocionante, podemos encontrar entrevistas e imagens inéditas sobre seu legado e vida nunca antes vistas.
Reeve se tornou um grande ícone da cultura pop quando foi escalado para desempenhar o papel do Homem de Aço, e isso não foi por acaso, ele encarnou o personagem de corpo e alma. Nos quadrinhos e em outras mídias, o Superman sempre foi a representação de um ser invencível e inquebrável, então, quando surgiu a notícia de que o ator sofreu a queda que marcaria a sua vida e que ficaria paralítico, a imagem do herói foi destruída junto com tal evento. Peter Ettedgui e Ian Bonhôte dirigem o projeto, e conseguem muito bem conduzir todo material disponível para transportar o telespectador nos altos e baixos em torno disso.
Este não é daqueles documentários que vão entregar revelações bombásticas sobre a vida pessoal ao qual estamos acostumados. Na verdade, temos um tributo para o Christopher Reeve, e ressalta sua luta em encarar a nova condição de vida pós acidente, e um detalhe agradável é como os cineastas exploram a faceta artística do Reeve, pois o astro não era apenas o Superman, como também era um excelente ator e com ótimos trabalhos. Como por exemplo, “Em Algum Lugar do Passado” (1980) e “Armadilha Mortal” (1982). Logo, é comum na Indústria que atores que são aclamados por um personagem, fiquem marcados durante a carreira inteira por conta desses papéis, mas existe outros em torno do profissional.
Dito isso, entrevistas de amigos e familiares, contam como era Reeve, e numa montanha-russa de emoções ao qual participamos, mergulhamos nas suas dificuldades com a deficiência que passou a o acompanhar, além da relação com seu pai e sua amizade com Robin Williams. Apesar que o projeto foque em celebrar a vida do artista, também conhecemos sua esposa, Dana. Ela ganha bastante destaque na produção por mostrar também sua batalha pessoal contra o câncer de mama e posterior liderança na Fundação Reeve após a morte do marido, e nisso, a direção consegue demonstrar uma paixão sincera do casal – sem cair na artificialidade – e como ambos eram inseparáveis.
Nisso, é interessante como o longa busca trazer voz para as pessoas com tetraplegia, porque querendo ou não, até hoje é uma luta enorme a busca para se garantir a assistência adequada, e com isso, o título “Super/Man” não é colocado à toa, já que o documentário busca equilibrar o lado humano e frágil de Christopher ao vermos uma pessoa que perdeu a mobilidade do seu corpo, porém decidiu seguir em frente e buscou ajudar outras pessoas na mesma condição. Ele não foi apenas o Superman na tela, mas também na realidade.
PS: Este texto foi originalmente escrito por Max Guilherme. Adaptado e corrigido por Lucas Monteiro.
Nota do crítico:
Título: Super/Man – A História de Christopher Reeve
Duração: 1h44min
Gênero: Drama, Romance
Onde Assistir: Cinemas
Sinopse: Super/Man: A História de Christopher Reeve é um documentário que explora a ascensão meteórica de Christopher Reeve ao estrelato com sua interpretação icônica de Superman, e como sua vida se transformou após um acidente que o deixou tetraplégico. A partir de imagens de arquivo e registros inéditos, o longa revela a trajetória do ator, desde seu papel definitivo como Clark Kent/Superman, que redefiniu os super-heróis no cinema, até seu envolvimento em diversos projetos cinematográficos. O documentário inclui entrevistas exclusivas com amigos próximos, como as atrizes Susan Sarandon e Glenn Close, além de relatos emocionantes de sua esposa, Dana Reeve, e de seu filho, Will Reeve. A amizade profunda entre Reeve e o ator Robin Williams também é destacada. Após o acidente, Reeve tornou-se um líder carismático na luta pela cura de lesões na medula espinhal e um defensor incansável dos direitos das pessoas com deficiência, continuando a atuar e a dirigir filmes. O filme oferece uma narrativa tocante, e proporciona uma visão íntima e inspiradora da vida e do legado de Christopher Reeve.